Metrô
de São Paulo recebe três propostas para destravar Linha 6-Laranja - Brasilândia / São Joaquim
Sexta-feira 09/agosto/2019 - 16h09min
SÃO PAULO, SP
(FOLHAPRESS) - O governo
João Doria (PSDB) recebeu três propostas formais de empresas
internacionais que podem destravar a construção da linha 6-laranja do Metrô,
que tem obras paralisadas há quase três anos.
As propostas são de uma empresa norte-americana, de
uma europeia e da chinesa CR20, pertencente à
gigante CRCC (China Railway Construction Corporation). As
empresas estão agora negociando com as empreiteiras que têm o contrato com o
governo do Estado. A ideia é substituí-las no consórcio.
Cabe ao governo dar sua anuência, atestando a
capacidade técnica e financeira dessas empresas.
Entre as atuais empresas do consórcio
estão Odebrecht, Queiroz Galvão e UTC Engenharia, que foram
envolvidas no contexto da Lava Jato e perderam crédito para tocar suas
obras.
A linha 6 tem apenas 15%
dos trabalhos feitos.
O governo negocia a quebra deste contrato há
quase um ano e meio. Nesta terça-feira (13), acaba o prazo para o fim das
tratativas e o governo estaria livre para fazer uma nova licitação.
Uma nova concorrência, porém, alongaria ainda
mais a espera pela linha, que deverá ligar a Brasilândia (na zona norte)
ao centro de São Paulo. O governo teme ainda aumento dos custos de uma nova
licitação. Doria chegou a cogitar a retomada das obras por conta própria, às custas do Metrô, o que também não avançou.
A linha 6-laranja já consumiu R$ 1,7 bilhão em
obras civis (sendo 41% disso em recursos do governo estadual), além de R$ 984
milhões pagos a título de desapropriações.
As atuais construtoras dizem que o atraso na obra
se justifica pela demora do governo em realizar desapropriações e indenizações
aos donos dos imóveis que foram demolidos ao longo do traçado da linha.
A esperança do governo do estado é que o consórcio
Move São Paulo entre em acordo com uma das empresas internacionais, que
assumiria a obra.
Algo semelhante já foi tentado em outubro de 2017,
ainda no governo Geraldo Alckmin (PSDB), quando um consórcio de empreiteiras
chinesas enviou ao governo do estado uma proposta formal. Meses depois, após
analisar a situação da construção, os chineses desistiram da empreitada.
ATRASO
Com 15 km de extensão e 15 estações, a linha 6-laranja foi
apelidada de linha das universidades, por ter em seu trajeto sedes de
instituições de ensino como PUC, Mackenzie e FAAP. O anúncio da linha foi feito
ainda na gestão José Serra (PSDB), em 2008. Na época, a promessa era de que a
linha já estaria em operação em 2012.
Na época, moradores de Higienópolis se organizaram
para protestar pela presença do metrô. O termo "gente diferenciada"
chegou a ser usado para descrever as pessoas que seriam atraídas por uma
estação no tradicional bairro paulistano.
A assinatura do contrato de PPP (parceria público privada) só ocorreu em dezembro de 2013, quando a
estimativa era de que a linha poderia funcionar parcialmente até 2018.
O contrato foi comemorado por ser a primeira PPP
plena do Brasil. Ou seja, o consórcio vencedor não apenas faria a obra, como
seria responsável pela operação da linha por 25 anos. A expectativa é de que
isso tornaria o projeto mais atrativo à iniciativa privada, além de incentivar
o término das obras. O custo total do empreendimento é de R$ 9,6 bilhões, dos
quais R$ 8,9 bilhões serão divididos entre governo e o consórcio.
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